domingo, 19 de setembro de 2010

A igrejinha do Ó

O Barroco colonial brasileiro tem várias expressões da arte sacra que merecem destaque, seja na Bahia, como as Igrejas da Sé ou de São Francisco, em Minas com as várias igrejas de Ouro Preto, Diamantina, ou os profetas de Congonhas.

Há inúmeras obras-primas, que revelam uma expressão tardia e tropical de uma vertente artística que marcou o mundo da Arte no Ocidente.

Dentre essas obras todas, entretanto, nenhuma me faz sentir algo tão singelo e peculiar, como aquele conjunto perfeitamente harmônico e belo da pequenina Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará.

A igrejinha, na verdade uma capela, foi erguida em 1719, a mando de um coronel devoto de Nossa Senhora da Expectação do Parto. O nome "Nossa Senhora do Ó" é uma onomatopéia relacionada à maneira como os devotos cantavam os "oh", durante as ladainhas em devoção à santa.

A igreja é marcada por um estilo barroco que funde as influências européias com arte chinesa - isso porque muitos dos padres que chegaram a Sabará no Século 18 vieram das colônias portuguesas no oriente, especialmente Macau.

Há várias referências ao estilo chinês, em especial algumas pinturas, detalhes de pássaros e a torre, que lembra o pagode chinês.

Sabará sempre me impressionou, e agora que vivo aqui pelas redondezas, não perco a chance de visitar a cidade.

Fotos de Youssef Elmaimouni Elyounoussi