quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Paul McCartney no Brasil - Por que eu não vou


É verdade que a turnê do ex-beatle já lotou platéias no mundo todo e tem sido considerada uma das melhores apresentações do baixista. Pra mim isso é lugar comum: em algum instante durante sua longa carreira, Macca deu-se ao luxo de realizar uma turnê mal-sucedida?
A única vez em que chegou perto disso foi quando amargou dez dias preso no Japão por levar 10 kg de maconha na bagagem, em 1980. Mas de resto toda a carreira de shows de Paul, desde os Beatles, passando pelos Wings e as apresentações da década de 1990 em diante, foi sempre marcada por grandiosidade, carisma, perfeição e eficiência, que via de regra agradam aos críticos e deixam as platéias extasiadas.
Mas tudo isso não pesou na minha decisão de dizer "não" à nova - e provavelmente última - passagem do ex-beatle pelo Brasil.
Quem me conhece sabe que sou um beatlemaníaco há muito tempo. Ganhei meu primeiro LP quando eu tinha 9 anos de idade (às vezes me impressiono ao pensar que me tornei fã da banda ouvindo um disco bizarro chamado "John Lennon 101 strings", comprado no cestão de um supermercado e que, apesar do nome sugerir homenagem ao beatle assassinado, trazia na verdade versões orquestradas de músicas dos Beatles, entre elas Hey Jude, Michelle e Yesterday, que são mais de Paul do que de John). Então, por que será que eu não estou nem aí pra esse evento?
Algumas reflexões me levaram a simplesmente não querer fazer nenhum sacrifício financeiro para acompanhar um show de um dos meus ídolos.
Pra começar, o fato de que eu já vi um show de Macca.
Sim, meninos e meninas! Titio André estava na Pedreira Paulo Leminski, no chuvoso e frio dia 5 de dezembro de 1993. Fiz todo o ritual da histeria: comprei ingresso adiantado, fiquei ansioso por um mês, e no dia, junto com meu amigo João Oliveira, cheguei às 6 horas da manhã, vindo de Palmeira-PR debaixo de uma bruta chuva, entre raios, trovões e caminhões, num Fiat 147, pra ficar, junto de outros alucinados, tomando chuva O DIA INTEIRO, cantando músicas dos Beatles até os portões se abrirem, às 8 horas da NOITE.
Mas valeu a pena, porque ficamos bem na frente do palco. Até hoje me lembro das várias vezes em que Linda McCartney acenou pra gente, e também o Paul. Para cada aceno, meu coração batia 100 vezes. Acho que passei um terço do show chorando (não riam! eu não era o único a reagir dessa maneira! Eu lembro que quase todo mundo chorou quando Paul subiu ao palco!).
Quando cheguei em casa, de volta, no dia seguinte, a notícia da morte de Frank Zappa exatamente no dia em que vi Paul McCartney ao vivo, tornou aquela data realmente marcante.
Quero dizer então aos beatlemaníacos que deste pecado estou livre - consegui ficar perto mesmo de um beatle, ainda que há 17 anos, e não vou me arrepender de não vê-lo desta vez porque esta culpa eu não carrego.
O segundo motivo pela minha recusa é simplesmente o fato de que eu achei aviltante o valor cobrado pelos ingressos. Os preços para as apresentações no Morumbi variam entre R$140 e R$700 reais! Se eu realmente quisesse participar do show, no meio da galera, próximo do palco, e repetir aquela emoção que tive em Curitiba, eu teria que pagar o ingresso mais caro - que por sinal desapareceu em menos de duas horas. Pagar menos significaria ficar longe, às vezes tão longe que o máximo que conseguiria ver seria um pontinho beatle andando pelo palco. Definitivamente, não é uma maneira adequada de compartilhar as emoções com um ícone. Se for pra assistir um show num telão, fico com meus DVDs. Com a vantagem que posso ver quantas vezes quiser.
Sinceramente, eu considero esses preços um assalto e também uma restrição - pagar um salário mínimo e meio pra ver um cara tocar contrabaixo? É muita sacanagem! Tou fora. Prefiro comprar os discos que ainda não tenho, numa boa.
Outra coisa que me fez decidir por ignorar o show de Macca é o deslumbramento em torno do mito. Eu já passei dessa fase de idolatria, faz bastante tempo. Houve uma época, entre meus 16 e 20 anos, que eu era tão aficcionado pelos Beatles que chegava a encher. Eu só ouvia Beatles, o dia todo, até furar os discos, sabia de cor TODAS as letras, meus presentes de aniversário, Natal eram sempre coisas ligadas à banda. Mandei fazer um óculos redondinho azul igual ao do Lennon. Andava com meu cabelo à moda franjinha.
Naquela época pré-internet, pra conseguir ouvir as raridades (e muitas coisas da carreira solo dos FabFour era raridade numa cidade como Ponta Grossa, onde eu morava), tínhamos que recorrer à gravação de fitas K7 em lojas de discos, ou contar com a sorte, quando aparecia, por acaso, alguém que tinha um LP ou uma revista que não conhecíamos. Uma camiseta com um desenho dos quatro, um CD diferente, eram como troféus. Eu namorava ouvindo Beatles, escrevia letras dos Beatles nos cadernos das meninas do colégio, usava os LPs pra dar cantadas (às vezes, cantando as músicas que eu mais gostava). Agradeço profundamente a John-Paul-George-Ringo por me ensinarem inglês. A prova maior da minha fixação pelo tema foi sacrifício que fiz para ver a apresentação em Curitiba.
Eu lembro disso com saudades, um tempo bom e inocente que não volta mais.
Portanto, é lógico que não critico quem faz isso hoje em dia. Acho surpreendente que os anos passam, mas o mito fica cada vez mais forte no mundo todo. Isso é realmente impressionante.
Mas a babação tem sua época. Hoje eu valorizaria muito mais a oportunidade de um chat com Paul McCartney, ou até mesmo tão somente um autógrafo e um aperto de mão, do que um show em que eu me espremeria entre milhares de outros aficcionados ou ficaria distante um quilômetro do palco, sem ter uma noção exata do que se passa e nem poder participar diretamente da troca de energia entre artista e platéia.
Mas desta vez, eu vou ficar com meu CD Wingspan, uma coletânea bem bacana dos Wings que, num golpe de sorte, eu paguei baratinho num supermercado (eu sempre consigo discos dos Beatles em supermercados, repararam?). Esse eu posso ouvir quando quiser, e posso garantir que é emocionante da mesma maneira.
Ou então, ficar fuçando no youtube pelos vídeos das apresentações, como o que segue abaixo, gravado por um fã em Miami, em abril de 2010.
É isso aí.


Eu desejo a todos os que conseguiram ingressos, mesmo os mais baratos, que se divirtam, se emocionem e que seja o show de suas vidas, como foi para mim o dia 5 de dezembro de 1993.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma cervejaria virou filme - Caldos de Cana cantou a pedra há mais de um ano

Em julho de 2009, publiquei aqui nos Caldos de Cana um post sobre a cervejaria de Rupprecht Loeffel, em Canoinhas, Santa Catarina.
A cervejaria existe desde 1908, e é provavelmente a mais antiga em atividade no país.
Pois, para minha surpresa e alegria, vejo que uma produtora catarinense realizou um documentário em curta-metragem sobre a história da Cervejaria. Cerveja Falada (acesse o link e veja o trailer) deve estrear ainda este ano e fala sobre a produção caseira e tradicional, supervisionada pelo senhor Loeffel, de 93 anos.
O mais legal disso tudo é saber que Caldos de Cana, ainda que não tenha a dimensão de um filme, nem a grana para fazer um, deu a liga há mais de um ano sobre essa maravilhosa empresa familiar, que merece nosso respeito e tem que ser conhecida. Experimente ir até lá e beba um chope em garrafas de refrigerante Minuano ou a famosa cerveja Nó de Pinho, escura e forte.
O propósito deste blog continua o mesmo: contar os causos, documentar peculiaridades e falar sobre personagens interessantes e esquecidos ou não conhecidos dos interiores do Brasil.
Legal é saber que isso tem relevância, e que de certo modo, não estou pregando no deserto.
Algumas fotos da Cervejaria que agora vai virar filme.


Mestre Loeffel e sua irmã, os responsáveis pela tradicional cervejaria em Canoinhas.

A decoração remete também a tempos antigos.


Personagens que parecem vindos de um texto literário

A sagrada e antiga cerveja.

O mestre no sentido pleno da palavra

Uma perfeita cervejaria alemã no interior de Santa Catarina.




terça-feira, 12 de outubro de 2010

Minhas músicas preferidas de Lennon

Ainda na onda de homenagens ao septuagésimo aniversário de John Lennon, vou postar, com pequenos comentários, alguns clipes das músicas que eu mais aprecio da carreira solo do ex-beatle.

Para começar, Instant Karma, de 1970 - o primeiro hit da carreira solo de Lennon, que já anunciava suas opções ativistas.

God, do álbum de estreia "Plastic Ono Band" (1970) ficou famosa por conter a litania em que Lennon discorre sobre tudo em que ele "não crê": mágica, I-ching, Bíblia, Tarô, Hitler, Jesus, Elvis, Bob Dylan, Yoga, Beatles, entre outros ícones. E também, por conter o famosíssimo verso "O sonho acabou".


Ainda do primeiro álbum, uma das músicas mais diretas. I found out faz uma grande crítica em um estilo pré-punk, cru, ao egoísmo e individualismo que se escondem atrás das "buscas" das pessoas em se aproximar dos ídolos e líderes. Puro rock'n roll.

No disco de 1970, o primeiro pós-Beatles, John Lennon tentava, de alguma maneira, se defender de várias acusações ridículas que procuravam enquadrar sua postura (o casamento com Yoko, as posições "ingênuas" sobre a paz, o envolvimento com a política, o chute no balde da "maior banda do planeta"). Muitos fãs, críticos e até mesmo os amigos achavam que Lennon havia enlouquecido e o acusavam de traição - quando na verdade, tudo o que ele queria era abandonar a posição de "líder", e viver sua própria vida. Ele e Yoko pensavam não se submeter à ideias prontas era uma maneira de influenciar as pessoas de maneira positiva a tomar atitudes por si mesmas. A música "Working class hero" trata, de uma maneira extremamente crítica, dessa renúncia ao estrelato e à fama, expõe a hipocrisia da sociedade que mantém os jovens "viciados com religião, sexo e TV" enquanto exige que se tornem corajosos e sorriam ao atirar. Um auto-retrato de toda uma geração.

"How do you sleep?", do álbum Imagine, 1972, é a resposta em formato de bomba de fragmentação a uma suposta crítica que Paul McCartney teria feito a Lennon na música "Too many people". Com o endosso de George Harrison (que toca guitarra slide), a música acusa Paul de só ter feito "Yesterday", de realmente "estar morto" como os "freaks" disseram nos anos 60, de ser apenas "um rostinho bonito" e de fazer música de consultório médico. O clipe, não oficial, é meio ruim, mas a pegada é forte. Dois brothers detonando um terceiro...

Ainda no álbum Imagine, "Gimme some truth" é uma música dirigida aos "cabelos-mentes curtas" amigos de "Tricky Dicky"(Leia-se, Richard Nixon), que usam dinheiro para drogas e amordaçamento. Também com a guitarra de Harrison. Mais atual, impossível.

Do disco mais político do casal Lenono, o subestimado "Sometime in New York City", temos algumas faixas que merecem atenção. Para começar, "Sunday bloody sunday", que fala sobre o massacre conhecido como "domingo sangrento", quando em 1972 o Exército Britânico matou 14 manifestantes e feriu outros 26, durante protestos pela libertação da Irlanda do Norte do jugo britânico.

Do mesmo disco, temos "Attica State", que remete ao massacre da prisão de Attica, que vitimou 39 prisioneiros que exigiam melhores condições carcerárias.

Woman is the nigger of the world é a letra mais feminista de Lennon e Yoko. O refrão fala "Nós a fazemos pintar o rosto e dançar"

O disco seguinte é "Mind games", de 1973, que marca o início da separação de John e Yoko (período em que Lennon surtou e que ficou conhecido como "fim-de-semana perdido de 18 meses"). A música fala sobre as buscas espirituais e as guerrilhas mentais que empreendemos para, afinal, compreender que "amor é a resposta e a flor que devemos deixar crescer".

"Walls and bridges", 1974, é um disco de resignação, em que John desiste de tentar voltar a viver com Yoko e fala de sua dor-de-cotovelo em várias faixas bastante amarguradas, mas incrivelmente bem produzidas. O disco tem um conjunto de cordas e metais que foi dirigido pelo próprio Lennon, que também fez os arranjos. A faixa "Whatever gets you thru the night", com a participação de Elton John, foi um dos grandes sucessos de Lennon. A versão abaixo é do show ao vivo de Elton John que contou com a participação de Lennon e foi marcante por duas razões: foi a última apresentação ao vivo de John e também porque após a apresentação, Yoko e John finalmente se reconciliaram da longa separação.

Nobody loves you when you're down and out é uma canção que teria sido escrita para Frank Sinatra. "Todos te amam quando estás a seis palmos abaixo da terra". Letra dolorida, mas uma música e tanto.

Scared é uma das minhas preferidas.

Rock'n Roll(1975) é um disco que Lennon fez por duas razões: para cumprir um contrato e para homenagear seus heróis do rockabilly, como Chuck Berry, Little Richards, Buddy Holly entre outros. Foi o último disco de estúdio de John antes da reclusão de 5 anos, em que ele se dedicou a criar o filho Sean, nascido em outubro do mesmo ano. A faixa é "Slipin' and Slidin'", clássico de Little Richards, seguida de "You can't catch me", de Chuck Berry.

Double fantasy (1980) marca a volta de John e Yoko ao showbiz depois do período "família". Ironicamente, o disco seria o último lançado por John, que seria assassinado menos de um mês depois de seu lançamento. A faixa "(Just like) starting over" é um manifesto de um novo tempo que estava por vir, mas que não foi concluído.

Para encerrar, a faixa "Hard times are over (for awhile)", de Yoko Ono, que fecha o disco e também é uma ironia do que estava por vir.

É isso, espero que apreciem.







sexta-feira, 8 de outubro de 2010

John Lennon 70 anos


John Winston Ono Lennon (1940-1980) pouco viveu, mas sua obra continua a influenciar gerações.


John Lennon faz 70 anos, neste sábado dia 9.
O verbo está no presente propositalmente, porque, ainda que tenham se passado três décadas desde que um lunático que queria ser famoso vinculou eternamente sua imagem à do ex-beatle (na minha opinião, o lado mais cruel desse crime sem sentido é esse, mais cruel até mesmo que a morte de John), Johnny continua vivo.
É inevitável vincular sua curta vida e sua obra ao passado século XX, tão intenso e tão cruel, proporcionalmente. O século de Lennon, Gandhi, Chaplin, Yoko, Beats e Beatles, feminismo, flower power, drogas expansoras da consciência, liberação sexual é também o século de Hitler, Stalin, Garrastazu, Edir Macedo, Bush, bomba atômica, crack, repressão, AIDS, e um século em que as mulheres não podiam decidir e que até hoje deixa suas raízes em campanhas políticas que são decididas conservadoramente, através da rejeição desse direito.
De certo modo, é engraçado pensar que John e os Beatles pertencem a uma época que nunca mais voltará. Hoje, no meio da loucura intensa e sem sentido e muitas vezes insossa que é o nosso tempo, parece muitas vezes que o passado era melhor.

Lennon amava os gatos
Naquele tempo tudo parecia ser mais inocente, ao menos aos nossos olhos, de pessoas que não viveram os anos 1950/60/70 e que já vamos aos poucos ficando velhos, também. Talvez iludidos pela nostalgia de uma época que não vivemos, tudo nos parece tão bonito quando vemos as fotos, ouvimos os discos, assistimos aos filmes de Woodstock ou às ficções sobre os heróis mortos de overdose no final do flower power.

Lennon e George Harrison, em 1974

Harry Nilsson, Paul McCartney, John Lennon e Linda McCartney, 1974.

John, Yoko e Ringo Starr, no fim dos anos 1970
Mas vale lembrar que a internet era apenas um delírio militar, os discos demoravam meses pra chegar nos países fora do eixo Europa-Eua, e muitas vezes vinham mutilados, viajar era algo caro e quase impossível, telefonemas interurbanos eram um exercício de paciência, telefonemas internacionais eram uma excentricidade, escrever um texto e publicá-lo, só se a Censura deixasse, havia gente que gritava na rua por Deus e a família, e derrubavam presidentes por isso (parece que esses psicóticos ainda tem força, pois a discussão sobre o aborto ganha força e favorece aos conservadores), entre outras coisas que deixam a impressão sobre aquele tempo muito menos glamourosa.

Yoko Ono e John Lennon formaram um dos casais-símbolo do século XX
Lennon foi perseguido nos EUA, oficialmente por ter sido condenado por porte e uso de maconha na Inglaterra, durante uma operação ilegal em que ele assumiu um flagrante plantado pela polícia para livrar Yoko Ono da deportação. Na verdade, o governo conservador, careta e assassino de Nixon e seus asseclas tinha medo de que o jovem inglês provocasse uma revolução social e derrubasse o governo, as bolsas, e acabasse com a guerra do Vietnã.
Outros tempos, mas será que dá pra imaginar um Bono Vox sendo perseguido por defender uma causa política nos nossos dias?
Nem os popstars, nem as causas são os mesmos. Parece que só os governos seguem iguais...
Lennon foi assassinado aos 40 anos, e ontem Yoko Ono falou que ela crê que nesse mundo surrealista em que vivemos, ele pode voltar.
Seria mais uma ironia na história do ex-Beatle: ele, que se declarou mais famoso do que Jesus, ressuscitar dos mortos.
John Lennon nunca foi um santo, e eu penso, como seu fã desde os 9 anos (quando ganhei de presente um disco chamado "John Lennon 101 strings", com versões orquestradas de músicas dos Beatles e um texto em inglês que foi o primeiro que eu consegui traduzir), que o que ele mais detestaria, se estivesse aqui, é saber que uma porção de freaks insiste em tratá-lo como "mártir". Acho que ele vomitaria em cima das carpideiras que acham que tudo o que ele fez foi Imagine ou Happy Xmas (que foi também assassinada, como seu autor, por versões brega-sertanejas no Brasil).
Mas acredito que ele gostaria muito de saber que sua vida, suas músicas e seu pensamento iconoclasta, rebelde, feminista, e também a favor da família, do respeito ao próximo, renegando a idolatria, ainda influenciam jovens em todo mundo.
E aposto como ainda vão influenciar por muito tempo.
Lennon vive, e eu posso até mesmo sentir que ele está sorrindo, irônico, em algum lugar, meio entediado com todas essas homenagens, mas ao mesmo tempo altivo e feliz por saber que nós jamais deixaremos de amá-lo.
Love is a flower, you gotta let it grow!