Acabo de participar da manifestação em apoio à permanência dos gatos no Parque Municipal Américo Renê Gianetti, em Belo Horizonte.
Foi um encontro promovido por voluntários e entidades de defesa aos animais, e ocorreu devido à absurda proposta da Prefeitura, que deseja retirar os gatos que lá vivem há vários anos e encaminhá-los para um gatil.
Não bastasse o absurdo que só esse fato em si representa, os argumentos são ainda mais estapafúrdios.
Em dezembro de 2010, uma pessoa morreu enquanto caminhava pelo parque, atingida por uma árvore que caiu. A árvore, infectada por cupins, desabou e causou uma tragédia que levou ao fechamento do Parque por quase quatro meses. Neste período, técnicos da Prefeitura realizaram a remoção de quase 200 árvores que estariam infectadas por cupins.
Quando o parque reabriu, no começo do mês de abril, saiu a notícia de que os técnicos chegaram à conclusão que há uma infestação de cupins no parque, e que isso se deveria ao fato de que os cupins não encontram predadores naturais - na cabeça brilhante dos técnicos do município, isso se deveria porque os gatos estariam devorando os pássaros que habitam o municipal. A ideia foi comprada pela prefeitura, que, de maneira ainda mais "brilhante", decidiu, à revelia de qualquer debate, que os gatos eram culpados pela queda das árvores (!) e que por isso, deveriam ser retirados de lá.
Acontece que esse argumento é falso, por pelo menos dois motivos: primeiro, os gatos que habitam o Parque estão lá há mais de dez anos, e entidades protetoras de animais, como a Associação Bichos Gerais, SOS Bichos, Gato Nergro, além de voluntários que há anos se preocupam em castrar, vacinar, cuidar e alimentar os bichanos, são de fato os responsáveis pela qualidade de vida dos animais. Os gatos são alimentados com ração de boa qualidade, e se por acaso caçam um ou outro pássaro, é por instinto, não por fome. Segundo, os cupins que infestam as árvores são de espécie terrestre, e seu predador natural não é nenhum pássaro, senão formigas.
A tese de culpar os bichanos pela queda de árvores é absurda e risível. Na verdade, isso é uma desculpa para que o poder público continue a se omitir diante do grave problema dos animais abandonados nas ruas da cidade. Promovem o genocídio, que levaria certamente os gatos do municipal, animais territorialistas, ambientados no local, e sobretudo, dóceis, ao sofrimento e à morte, ao invés de educar a população a não maltratar, não abandonar e não comercializar animais.
Minha opinião é que as ratazanas que habitam a Prefeitura Municipal, cuja sede é em frente ao parque, temem ser devoradas pelos felinos. A começar pela ratazana chamada Márcio Lacerda, demagogo que atende como alcaide-mor dessa capital de todos os mineiros.
A manifestação foi muito importante para deixar claro que a sociedade civil e as entidades protetoras dos animais não ficaram caladas, e faremos o possível para evitar essa ação demagógica, fascista e genocida por parte do poder público.
Seguem fotos desse dia em que a fraternidade e a solidariedade aos animais falou mais alto.