sábado, 20 de julho de 2013

Política de Estado

BRASIL, 20 de julho de 2013: estimativas do ministério da saúde afirmam que, por ano, entre 730 mil e 1 milhão de mulheres abortam no país (sim, isso mesmo que vcs estão lendo - no mínimo SETECENTOS E TRINTA MIL mulheres praticam o aborto por ano no brazza). destas, a maior parte se submete a procedimentos clandestinos e sem nenhuma assistência médica. estima-se em cerca de 250 as mortes por ano, como consequência de abortos realizados sem assistência - sem falar nas sequelas de abortos mal-feitos. estes dados são todos estimativos, já que, por conta da criminalização, há dificuldade em se encontrar dados corretos. isso ocorre em nosso país porque o estado cede às pressões dos setores religiosos da sociedade e passa por cima do seu próprio princípio constitucional de laicidade: proíbe-se e criminaliza-se o aborto. a proibição, no entanto, não evita o trauma de figurarmos entre os países com as MAIS ALTAS taxas de abortos do mundo.

URUGUAI, 20 de julho de 2013: seis meses depois da legalização dos procedimentos de interrupção de gravidez no país, não houve registro de NENHUMA morte entre as mulheres que praticaram aborto. foram realizados (e devidamente registrados pelo ministério da saúde) 2550 procedimentos de interrupção de gravidez, assistidas e garantidas pelo estado. todas as mulheres receberam assistência médica, psicológica e orientações, antes e depois dos procedimentos. o governo pretende, a médio prazo, diminuir a prática de abortos voluntários. os dados incontestáveis do ministério da saúde uruguaio atestam que as políticas de descriminalização, educação sexual e reprodutiva, planejamento familiar e utilização de métodos anticoncepcionais, que funcionam através de serviços de atendimento integral, foram responsáveis pela colocação da república oriental entre os países com menor taxa de abortos por ano no mundo.

a mulher tem o direito de decidir. não os políticos, nem os religiosos.

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